THE ROW: O conflito entre a exclusividade e a democratização
A democratização da moda tem sido um tema crescentemente relevante, impulsionado principalmente pela disseminação das redes sociais e das transmissões ao vivo de desfiles, até mesmo sob essa mesma premissa, nasceu a enmoda+, primeira plataforma de streaming da indústria da moda. Essas ações abriram as portas para que o público em geral acompanhe de perto as últimas tendências e criações dos designers, e o conhecimento acadêmico de moda, antes reservadas apenas para uma elite privilegiada. No entanto, recentemente, vemos um movimento em direção oposta, exemplificado pela proibição de celulares em desfiles de marcas como The Row.
Essas ações podem ser interpretadas como uma tentativa de reverter o processo de democratização, buscando preservar a exclusividade e o caráter elitista da moda. Ao impedir que os espectadores documentem e compartilhem os desfiles instantaneamente, essas marcas parecem privilegiar uma experiência mais íntima e concentrada, reservada apenas para aqueles que estão fisicamente presentes.
No entanto, essa abordagem levanta questões sobre o acesso à moda e ao luxo. Enquanto marcas consolidadas podem se dar ao luxo de restringir o acesso aos seus desfiles, para designers independentes e emergentes, a exposição proporcionada pelas redes sociais pode ser crucial para sua visibilidade e sucesso comercial.
Portanto, embora a proibição de celulares possa ser vista como um movimento contra a democratização da moda, é importante considerar como essa medida afeta diferentes segmentos da indústria. Enquanto algumas marcas podem estar buscando resgatar a exclusividade perdida, para outras, a visibilidade nas redes sociais é essencial para sua sobrevivência e crescimento. Assim, o debate sobre a democratização da moda continua, refletindo os conflitos entre tradição e inovação, exclusividade e acessibilidade.